sábado, abril 17, 2010

basta abrir a porta pra gente complicar

Uma vez notei que estava atrasada, e que isso fazia parte de uma mudança. Meu pai sempre chegou cedo a todos os compromissos. Casamentos, aniversários, jogos de futebol. E eu aprendi a lidar muito bem com o relógio. E nessa teoria onde tudo é tão perfeito, basta abrir a porta pra gente complicar…

Eu estava mais fria e distante do que antes, e sentia culpa por isso. Não mudava mais de humor depois de um filme ou de um livro. Não arrumava o cabelo, não pensava mais qual roupa iria usar de noite. Perdi o interesse pelo seu curso, pelo futuro e até pela vida fora do meu quarto. Adorava olhar para as pessoas e sorrir. Fingindo, fugindo. Interessava-me que ninguém [nem os mais próximos] sabia que por dentro eu estava em pedaços, perdida.

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