quarta-feira, abril 28, 2010

"O temor, o desejo, a esperança, jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora, então, já não sejamos mais. 'Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz'.
'Fazer aquilo para que és feito e conhece-te a ti mesmo', eis um grande preceito amiúde citado em Platão. E cada um dos membros dessa proposição já nos apontam o nosso dever; e traz em si o outro. Quem se aplicasse em fazer aquilo para que é feito perceberia que lhe é necessário adquirir antes de mais nada o conhecimento de si próprio e daquilo que está apto. E quem se conhece não erra acerca de sua capacidade, porque se aprecia a si mesmo e procura melhorar, recusando as ocupações supérfluas, os pensamentos e os próprios inúteis. Da mesma forma que a loucura não se satisfaz ainda que cedamos a seus desejos, a sabedoria, sempre satisfeita com o presente, nunca descompaz consigo mesma. A ponto de Epicuro considerar que nem a previdência nem a preocupação com o futuro são peculiares ao sábio" (MONTAIGNE)

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