quarta-feira, novembro 24, 2010

Lembre-se de mim ..

Inconsciente, seus dedos se dobraram com força quando agarrou os lençóis, tentando encontrar o caminho através do labirinto de imagens que passava em sua mente.

Desde o momento em que acordou no hospital, ela sentira uma ânsia irresistível de correr. Mas por que? E para onde?

As mãos dele. Ela sempre amara as mãos dele.

Seu lábio inferior tremia enquanto ela resistia ao ímpeto de chorar .

A distancia emocional entre ela e ele era tão real quanto o ar que ela respirava, e isto a estava deixando morta de medo.

A simples idéia a deixava doente.

- Estou bem – piscando e contendo as lagrimas. Ela tinha de estar não havia outra escolha.

Sua expressão era suave quanto educada. Ela queria gritar.

As lagrimas dela chegaram bem próximo a superfície. Ele a chamara de amor. Isto queria dizer que ele estava começando a perdoar ou era apenas uma palavra que ele usara por habito?

Saber disso alimentava a raiva. A raiva nutria magoa.

Um dos seus sonhos já tinha se realizado e ela não tivera participação nele.

Por favor, meu Deus, permita que ele ainda me ame.

- Não sei. Alguma coisa simplesmente... Agora se foi. Não sei se foi uma lembrança ou minha imaginação.

Ela esperava em silencio por uma reposta tranqüilizadora vinda dele ou pelo menos um sinal de ternura.

Ela ficou tensa, esperando que ele se aproximasse, a tomasse nos braços e lhe dissesse o quanto ela significava pra ele ...

- Sabe de uma coisa, nunca pensei que você se desse por vencido facilmente.

Foram os dias mais longos de sua vida.

Uma parte dele tinha medo de abandonar a rede de segurança que tecera em volta do próprio coração.

- Covarde !

Sua expressão era séria. Sua linguagem corporal enviava um sinal de proibido, que qualquer idiota poderia ter percebido.

Ela parecia tão magoada, tão confusa.

- Porque devo compreender os seus sentimentos? Você não parece disposto a compreender os meus!

Não queria brigar, só queria respostas.

As lágrimas vieram a tona novamente.

- E ninguém lamenta isso mais do que eu.

Ela ficou pálida, a dor na voz dela era palpável.

Mas sua mente já estava indo além , para uma cena do pesadelo.

Ela cobriu o rosto com as mãos.

- Pelo amor de Deus, dê me uma chance.

Seus soluços abafados angustiaram, ela foi pra longe dele, enroscando-se como uma bola enquanto seus ombros tremiam de aflição.

Ficou deitada de costas com os olhos arregalados de pavor vertendo lágrimas.

Era impossível não perceber o terror nos olhos e na voz dela.

O coração dele estava martelando.

Isto estava errado- muito, muito errado-, e ela não sabia como consertar as coisas.

Sentia-se como se estivesse se desfazendo.

Uma ultima lagrima de raiva escorregou da sua pálpebra para o travesseiro. Mas ela não estava morta. Estava viva e estava de volta, e ele ia ter de aprender a viver com os burracos na vida dela ate que ela encontrasse uma maneira de preenche-los.

Mas o seu descanso era constantemente perturbado por sonhos estranhos.

A traição era a dor mais lancinante de todas.

Cerrou os dentes, forçando seu corpo machucado a relaxar ate que a dor começa se a diminuir. Finalmente, inspirou lenta e profundamente, e exalou de forma suave. O pior tinha passado.

Ela então corrigiu essa idéia. O pior não tinha passado. Estava apenas começando.

O pensamento a enlouquecia.

Seus olhos se fecharam, e finalmente sonhou com o dia que em ele entrara em sua vida...

Tudo nela doía, mas a dor mais profunda de todas estava em seu coração.

Havia um vazio dentro dele que o tempo não conseguia curar.

A inesperada compreensão dele foi sua ruína. As palavras dela foram uma confusão de lagrimas e frases desconexas.

(Ele olhou para aqueles olhos claros, banhados em lágrimas e quis beija-la. Por mais que quisesse ceder ao impulso, ele se levantou rapidamente. Ele se comportava como um idiota. Ela provavelmente daria um tapa nele.)

Acima do estrondo do meu coração?

Mais uma vez ela conseguiu se perder na confusão da heroína.

Por que ele não vivia isso antes? Por que, quando ela tinha quase ressuscitado do mundo dos mortos, ele só vira aspectos negativos? Devia ter se ajoelhado dando graças a Deus e não ter procurado mentiras.

O momento pelo qual ela rezara finalmente tinha chegado e ela estava com medo de se mexer temendo acordar e descobrir que estava sonhando.

De todas as emoções que estava sentindo agora, a mais forte era a de se sentir segura.

Por que isto não era o suficiente?

Leva tempo para superar o choque.

Era a única possibilidade que eu podia pensar para você ficar longe .

Mas obviamente não desisti de mim, nem de nós!

Sei que nunca abandonaria você de espontânea vontade ..

Seguia-se um silencio desconfortável.

O som da respiração dela doía em seu coração. Ele não sabia o quando aquele pequeno som era precioso até perde-lo.

O fato de ela se machucar antes de ter tempo de explicar podia ter sino nada mais que um infeliz golpe do destino.

Um novo dia estava prestes a nascer.

Precisava descansar, parecia que não conseguia se concentrar por mais de dez minutos.

(No seu mundo, apenas os fortes sobreviveriam, eram os objetivos finais. E para continuar a reinar o mundo que tinha criado, ele tinha de permanecer no controle. Mas o silencio do quarto era sedutor. Sem perceber, ele adormeceu, voltando a sonhos sobre quando seu passado era bom.)

A atenção dele fora sua salvação.

Acreditava que com ele do seu lado, conseguiria tudo o que queria.

Ao longo do tempo, se tornou seu confidente as vezes seu protetor.

Sua dependência dele e a adoração que tinha por ele a elevavam a algo importante – até mesmo mágico. Com ele em sua vida, ela não podia errar.

Quando a expressão dela mudou e ela começou a sorrir, ele se sentiu mais leve.

Ele a veria novamente. Ela nunca estava longe.

Ela prendeu a fronha nos dedos e fechou os olhos, lembrando-se de que eles acordavam fazendo sexo. Mas ela não ia ter pena de si mesma. Hoje não.

Nada jamais seria igual novamente. Não entre ela e ele, não o bastava quanto perdão houvesse entre eles. E certamente não pra ela. Alguém tinha roubado dois anos de sua vida.

- Espero que sim. Sinto-me como se existisse um burraco na minha cabeça. Fico tentando me encontrar nas imagens, por mais que me esforce, mais vagas elas se tornam.

O coração dela parou momentaneamente e sua voz sumiu.

Ele viu o estado de animo dela mudar da alegria para o desespero e odiou ser o causador de tudo.

Isso é o melhor que você pode fazer?

Logo depois, aquela união passou da doçura para a insanidade.

Recusa-la – ou a si mesmo – era impossível.

... até que a única coisa entre eles fosse a paixão.

Os pensamentos foram e vieram, passando pela mente dela como balas de revolver e rasgando a solidão que tinha sido sua única companheira.

Faz tanto tempo ... uma sensação boa.

Fazer sexo com ele tinha sido como fazer sexo com ele pela primeira vez.

Como sempre era impossível interromper suas emoções.

Ela engoliu em seco, com ódio do medo que havia em sua voz.

Ela cobriu o rosto com as mãos, mas antes que ele pudesse chegar até ela, ela levantou os olhos, e o fogo em seu olhar o paralisou.

Ela então se afastou e soube com tanta certeza quando sabia seu nome, que ia ser necessário mais do que “fazer amor” para se livrar DAQUILO.

O espelho estava embaçado, o banheiro quente e cheio de nevoa, e , mesmo assim, ela sentia frio. Sem ele, ela se sentia insignificante e vazia. Ele ainda estava lá, mais ela não mais em seu coração. Tinham feito aquilo, mais ainda tinham que se reconciliar. Ela podia ama-lo, mais ele não confiava nela. Este era um fato que ela tinha que aceitar. Uma parte dela quase compreendia, mas havia outra parte que sabia que se a situação fosse invertida, ela teria ficado de joelhos agradecendo a Deus por sua volta.

O medo veio junto com uma arfada arrebatadora.

Qualquer dia teremos as resposta, mas até la, temos um ao outro, esta bem?

NÃO TENHO VOCÊ – ela continuava a soluçar. – NÃO MAIS. ARRUINAMOS TUDO.

Era quase de manhã quando o sonho começou, mas o tempo não tinha significado para ela. Havia apenas um medo entorpecedor e a consciência de que ia morrer...

Ela parou, enjoada consigo mesma por permitir que o pânico assumisse o controle.

Não era assim que ela pretendia viver a vida. Até ele aparecer, sua vida tinha sido incerta. Queria seu mundo de volta, tal como era antes de ela desaparecer. Recusava-se a viver fugindo.

Eram os demônios desconhecidos que mais nos atormentavam.

Tinha coisas mais importantes para fazer do que se aborrecer por ser sufocada de amor.

Apenas ouvir sua voz tirou a angustia de suas entranhas.

O coração dela deu um pulo.

Só que dessa vez ela sabia que não era nela que ele não confiava.

Havia lagrimas em seus olhos quando ela olhou para cima, mas rapidamente piscou e as afastou. Isto não era hora para autopiedade.

SÓ NÃO FAÇA COM QUE EU ME ARREPENDA.

A conversa não fora diferente de outras que tiveram antes e, no entanto, havia algo nela que o incomodava.

Deveria ter sido uma sensação estranha, ate mesmo desconfortável, mas não foi. Em vez disso, equilibrava seus medos, fazendo com que ela se sentisse em pé de igualdade ...

Era como se ela estivesse admitindo para o mundo que sua vida estava em desordem e que ela estava disposta a recorrer a violência para conserta-lo.

Estar com você assim é algo que pensei que jamais chegaria a fazer novamente.

Agora, embora sua mente estivesse alerta novamente, seu corpo fazia objeções.

Fechou os olhos, desejando que sua mente ignorasse a dor e se lembrasse do mundo de onde ele tinha vindo.

Sua mente pulou de seu passado para o presente quando a imagem dele passou rapidamente.

E embora seu coração lhe dissesse que ela ainda estava viva, a lógica dizia o contrario.

O coração dele balançou. Para um homem do seu tamanho e com a sua auto-suficiência, era apavorante detinha tamanho poder sobre sua vida e sua felicidade.

Mas seu maior temor vinha não de encarar sua fraqueza nas em saber que não a protegera.

Isto não era muito bom para suas habilidades de honrar as promessas feitas.

Sentindo a batida do coração dela e a leveza de sua respiração junto a sua pele. Dentro de sua barriga, um fogo de raiva começou a arder.

Estava mentindo pra si mesma. Sim, ela queria proteção, mas havia uma parte dela que queria vingança.

Ela sempre poderia mudar de idéia.

Estava velha e desbotada, quase um trapo, mas era seu camisão favorito.

Cobrindo o que importava, mas deixando um pouco a sua imaginação.

Mas a aparência de menino malvado enganava. Ele era sexy demais, mas igualmente fiel e honesto.

Quando estava no corredor, ouvindo o silencio e esperando para ver se a voz reapareceria, algo em sua mente começou a vir a tona novamente.

- Não – tentando desesperadamente pegar de volta a lembrança em que estava.

Seus pensamentos pulavam de um cenário para outro, mas o que ela continuava pensando era pouco mais que suposição. Tudo de que se lembrava era apenas o suficiente para mante-la apavorada. Mas, como estava, seu medo começava a se transformar num frio sentimento de raiva.

Foi mais um sinal de como a vida tinha seguido adiante sem ela.

Podia estar ausente, mas a parte dela que mais importava – sua vontade de sobreviver – continuava forte.

Ao colocar a responsabilidade de sua própria liberdade e segurança em seus ombros, ela nunca se sentira livre novamente.

Só queria ouvir sua voz. Só isso.

Ela engasgou com um soluço, desejando que saísse como uma risada.

- a única coisa de que realmente tenho fome é de você.

Só que dessa vez o rilho em seus olhos não eram lágrimas.

Quero que descubra o que esta passando na cabeça dela.

Uma fome foi esquecida quando outra tomou o seu lugar.

Os dele, rijos e exigentes. Os dela, suaves e cedendo.

Todos os seus sentidos estavam concentrados no movimento preciso de seus corpos escorregando..

O tempo parou. Não havia nada que importasse a não ser o contato de carne na carne e o fim que estava se aproximando. Ele ficou cada vez mais próximo dela, ultrapassando fronteiras até chegar a um ponto de detonação.

E então aconteceu, atingindo-a com a força de um soco no estomago e estilhaçando qualquer inibição que ela um dia tivera.

Ela sempre dormia como uma criança abandonada, com um dos braços esticados e as vezes um dos pés pendurado do lado de fora da cama.

Era sua vida, sua razão de viver.

Algo dentro dele ficou horrorizado. Ele então repudiou o medo, sentindo raiva de si mesmo por ter tido o pensamento.

O sangue sumiu de seu rosto e, por um momento, ele se sentiu mal.

Houve um tempo em que ela não teria conseguido guardar um segredo desses.

A dor de sua acusação foi tão grande como se ele a tivesse atingido. Seus olhos cintilavam de lágrimas não derramadas.

Minha inocência se foi. Para sempre. Aconteceu algo comigo que não compreendo. Mas o que quer que tenha sido, de uma coisa eu tenho certeza: nunca mais serei a mesma.

Estou com medo todo o tempo em que estou acordada e até mesmo enquanto durmo.

Quando isto acontece, sinto-me como se fosse sufocar.

Suas palavras estavam tingidas de arrependimento.

- porque não sei o que é que vejo .

As vezes, acordo imaginando que o chão esta rolando sob meus pés. Fico sobressaltada com sons, e as vezes até mesmo um cheiro pode me abalar. – finalmente suas lagrimas se derramaram. – na maior parte do tempo, simplesmente acho que estou enlouquecendo.

Seu coração parou momentaneamente.

Esta resposta rápida lhe deu esperança de que haveria ...

Sua pele estava fulgurante e havia um sorriso em seu rosto.

Não parecia uma mulher prestes a enlouquecer ...

Havia algo no tom de voz dele que a ofendia. De repente ela sentiu como se estivesse sendo interrogada, quando era ela que tinha sido a vitima.

Ela permaneceu calada, embora seus olhos fossem acusadores.

O que estava pensando... o seu estado de espírito ...

Não estou louca, estou com medo.

( em mãos erradas, as armas podem causar danos. )

Estava tão perto da sua opinião original que ele teve dificuldade em olha-la nos olhos.

Sabe como faz com que me sinta?

Tudo o que ele pode fazer foi olhar pra ela.

( Até mesmo a mais inconseqüente das coisas pode ser a chave de algo importante. )

Momentos depois, ele se foi, deixando-a com a impressão de que seu mundo estava mais complicado do que jamais estivera.

Quando ele a reconheceu, seu centro de gravidade literalmente se deslocou.

Esta era sua chance de provar seu valor e ela não iria desperdiça-la.

Mas ele estava cansado. Cansado de pensar. Cansado de esperar que seu mundo cuidadosamente orquestrado começasse a se desfazer.

Bem no fundo das entranhas daquele lugar, o silencio era quase ensurdecedor. As batidas do seu coração e sua respiração serviam para lembra-lo de que apenas ele estava vivo.

Em algum lugar dentro dele, o tempo parou.

A necessidade de ouvir sua voz, e sentir a textura de sua pele era um desejo visceral.

- ei só estou fazendo o que posso para justificar minha existência.

Riu, e o som aqueceu seu coração. Alguns momentos depois, a tensão tinha passado.

Podia se lembrar dos galhos das arvores sem folhas movendo-se em direção ao céu com braços que pareciam esqueletos – e de estar com medo.

Foi o seu mundo que ficou maior. Só isso.

- Você é meu mundo.

Uma dor atingiu suas entranhas. Deus por favor, permita-me te-lo em meu mundo.

Mordeu o lábio, mas não foi o suficiente para deter um brotar repentino de lagrimas em seus olhos.

Ela olhou para ele, consolando-se no modo como seu coração sempre se acalmava quando ela olhava para o rosto dele..

Tenho certeza que estou vendo coisa de mais em algo tão inconseqüente. Alem do mais, foi há quanto tempo.

Por alguma razão, ele preenchia uma necessidade em sua vida.

Frequentemente seu coração se agitava e depois parava momentaneamente. E, embora soubesse que a arritmia se devia ao estresse, não havia jeito de aliviar a preocupação. Não quando cada novo dia trazia uma serie nova de problemas.

A agitação dela era obvia, mas ele ainda não estava entendo.

As lagrimas formavam listras em seu rosto. Seus olhos cintilavam de raiva.

- Faça “amor” comigo, faça com que todas essas coisas desapareçam.

Sua habilidade em atingir todos os seus pontos de pulsação era enlouquecedora.

Ela devia ter sentido seu peso, mais tudo o que sentiu foi o seu amor.

Sua respiração vinha em forma de arfadas curtas e espasmódicas, enquanto ela lutava para se concentrar, mas estava se desfazendo.

Basta seguir o sentimento, ele levara aonde você quer chegar.

Não era apenas o desejo de seu coração, mas tinha passado a ser sua sorte.

Ela lançou-lhe um olhar que dizia que ele podia falar tudo o que quisesse, mas ela não ia mudar de opinião.

E a cada dia que passava parecia como a calmaria antes da tempestade. Não obstante o quanto sues dias fossem comuns e suas noites tranqüilas, o estresse de não ter noticias estava enfraquecendo os dois.

Lutava com o impulso constante de se dissolver em lagrimas.

Todos estavam se mexendo, mas no mesmo lugar.

Odiava o estresse que ela estava passando e se preocupava constantemente por quanto tempo ela conseguiria suporta-lo.

O que não posso me dar ao luxo é de ficar sem você.

- Desculpe.

Parece que tudo o que quero fazer ultimamente é chorar.

Mas você sabe que vai custar caro!

- exatamente quanto?

- não se trata de quanto, mas do quê.

Um meio sorriso mudou a posição de seus lábios. Não muito, mas o suficiente para registrar satisfação completa.

Se recusou a permitir que a dor a detivesse. Hoje não. Hoje ela se sentia justificada de uma maneira que não conseguia explicar.

Ele era intocável, e ela sabia disso.

Manter-se distante dava um ar de importância e frequentemente significava diferença entre encrenca e permanecer vivo.

- não faz diferença quão próximo um homem chegue de morrer ou quantas vezes isso aconteça. O que conta é que, quando tudo estiver acabado, ele ainda esteja de pé.

Não tenho o habito de me entregar a prazeres que não me dão lucro.

A consciência pairava em algum lugar entre a realidade e o sonho.

E tinha sido bem quente e doce.

Ele tinha olhos selvagens de luxuria frustrada.

Sues olhos perderam a emoção, como se sua alma tivesse repentinamente sido sugada do corpo.

“O fato de que pode me subjulgar não muda o fato de que sinto desprezo em olhar no seu rosto. Nunca terá o controle do meu coração. Ele pertence a você. É ele que amo.”

Por varias semanas estivera em processo de negação..

Mas isto mudava tudo. As lagrimas não derramadas estavam presas no fundo da garganta, doloridas demais para se soltar.

- então como pode ter certeza de que não é uma manifestação de seus medos?

Ninguém estava disposto a acreditar nela.

Era apenas ilusão. Estava claro que ele, como todas as outras pessoas achava que ela estava louca.

Por que não pode admitir que talvez esteja errado desta vez?

Algumas mulheres teriam perdido suas próprias vidas em vez de se submeter ao toque de outro homem..

Agora que conseguira uma segunda chance de lidar com o problema, estava dando o maximo de si.

Seu coração começou a bater rápido quando seguiu o caminho com o olhar.

Seus pensamentos se dispersaram.

Quanto mais tempo olhava, mais percebia que não tinha percebido um fato obvio.

Precisava descansar, mas apenas por um minuto.

Um lento sorriso espalhou-se pelo rosto dela.

A amargura na voz dela doeu em seu coração.

O impulso de se esconder era muito forte, mas ela não podia deixar que o medo controlasse suas vidas. Além disso, ela não se sentia muito bem, e agüentar a presença de outra pessoa não seria muito agradável.

O fato de que ela se sentira tão ameaçada a ponto de comprar a maldita a incomodava.

Momentos depois, eles se separaram , embora de forma relutante.

Enquanto aguardava, seus pensamentos já estavam engrenados.

Quanto mais olhava, mais apavorada ficava.

Ela lançou-lhe um sorriso fraco e tremulo e depois fechou os olhos, desejando que aquela agitação em sua barriga passa se.

Quando ela viu o olhar no tosto dele, seu coração se agitou.

A lembrança passou gritando por sua cabeça, deixando a fraca e sem fala.

Outra sensação de mal-estar percorreu-lhe o corpo, mas não foi como antes. Passou, deixando apenas o desespero.

Ela tinha ficado calada até ouvir as ultimas palavras dele, quando seu coração quase parou.

Mas admitia que seu coração se sentia mais leve e seu propósito mais nítido.

- esta acontecendo cada vez mais a cada dia que passa.

Parecia assustada com suas próprias palavras e começou a franzir as sobrancelhas enquanto os imaginava em sua mente.

Ela engoliu o nó que se formava em sua garganta e respirou fundo.

O foco dela mudou quando seu olhar ficou perplexo.

Tudo parecia normal, e no entanto estava muito errado.

Não sei se me sinto mal, apenas estranha.

Já estava indo para aquele local onde o pensamento cessava e o limbo começava.

Quem poderia prever as forças da natureza?

Preferia que xingasse e gritasse do que falar com uma educação tão incomum..

A náusea é uma sensação horrível.

- o que for, ele sempre será seu.

- você não é uma preocupação pra ele, é o amor dele.

As rodas do seu futuro estavam em movimento. Não havia nada que ela pudesse fazer a não ser embarcar na viagem.

Outrora parecia tão perfeito, tão seguro. Agora tudo parecia ameaçador e feio.

Ele queria toma-la nos braços e afugentar com beijos todas as coisas ruins de sua vida, mas podia sentir sua necessidade de ter espaço. Tomou a decisão de segurar sua mão.

Ela tentou sorrir mais não conseguia. Em vez disso, saiu uma careta que ameaçava se transformar em algo pior. Algo que, uma vez iniciado, ela não seria capaz de controlar.

Por um segundo, viu medo e incerteza nos olhos dela, uma preocupação com o fato de que, mais uma vez, ela ia se tornar indesejada.

- você se lembra?

Os olhos dela se encheram de lagrimas.

- lembro.

a respiração dele era breve e cortada; suas emoções mal estavam sobre controle. Ele queria rir... e, meu deus , precisava chorar. Em vez disso, fez-lhe uma promessa que sabia que cumpriria.

Mas ela ia ter que contentar-se com mais outro choque de cafeína .

A visão dela ficou embaçada.

Foi ao mesmo tempo o momento mais maravilhoso e mais horripilante de sua vida.

Ele sorriu e balançou a cabeça como se não conseguisse acreditar na sua pergunta.

- eu prefiro você.

O nó no peito dela afroxou um pouquinho mais.

Você é sempre o prato especial da casa, e eu nunca me fartei. De você, não. De você, nunca.

E Deus sabe que não podemos suportar isso, não é?

A cada dia que passava, ele sentia o medo dela aumentar.

Ela recostou-se novamente no travesseiro, frustrada.

Ela precisava acreditar que ele estava dizendo a verdade ou enlouqueceria.

Tudo parecia normal, embora ele fosse o primeiro a admitir que as aparências podiam enganar.

- estou fazendo meus planos.

Sua barriga revirou ao pensar no que estava para fazer.

Quando a tivesse novamente, ele encontraria uma maneira de fazer com que ela aceitasse seu modo de pensar. Não aceitaria que ela o odiasse como ela havia alegado.

A surpresa seria uma carta na manga.

Ele então se livrou do pensamento.

O que vinha dela só podia ser puro, não importando as circunstancias da concepção.

Respirou fundo e então a realidade veio á tona enquanto seu coração parou..

Seu coração começou a acelerar e suas mãos a suar.

Ele lutava pra se lembrar, porque é que estava sentindo dor.

CORRER SEM OLHAR PRA TRÁS!

Isso era algo que ele não tinha esperado.

Por falta de uma palavra melhor, tudo em que ele pode pensar era que ela estava cm uma expressão mortal.

Um ataque repentino de nervosismo abalou momentaneamente sua concentração.

- eu confio em você.

Roubou minha inocência, e dois anos da minha vida.

Não havia medo no rosto dela, apenas fúria.

- eu jamais machucaria você!

Estava dividido entre querer endireitar as coisas e a necessidade de escapar enquanto ainda era tempo.

Sua vida piscava diante dos seus olhos.

De nunca se sentir como parte de um grupo, nunca conhecer a sensação de ser amada – sempre lutando para sobreviver.

Ele estremeceu, amaldiçoando se pela fraqueza que amar alguém podia causar.

Está terminado. Desista. Desista de mim.

Ele balançou a cabeça, como um animal ferido tentando permanecer sobre as quatro patas.

- mas você não entende, você é meu amor ... sem você, tudo esta terminado de qualquer maneira.

Então que assim seja !

Sua expressão estava cheia de determinação.

Ele tinha tudo que sempre quis na vida.

Respeito. Dinheiro. Poder. E então respirou ... TUDO, exceto ela.

Tentou sentir raiva. Não conseguiu.

- eu sempre seria sua amiga.

- tudo que você precisava fazer, era simplesmente dizer olá.

Pela primeira vez na vida, ele sentiu necessidade de chorar.

Talvez seja tarde de mais...

Seu coração estava disparado. Sua cabeça vislumbrava cenários que ele não queria aceitar.

Se sentiu entorpecido antes de sentir dor.

Olhou pra baixo sem acreditar. Sem perceber o que suas ações acarretariam.

.. apenas alguns segundos de consciência..

E então tudo se transformou em câmera lenta.

As imagens passaram por sua mente, ouvia seu coração bater lentamente.

Depois ela começou a tremer.

Ficou olhando pra ele , sem acreditar.

Quando os braços dele a envolveram, ela começou a ficar sem energia.

Tudo tinha sido pra ela , um tente de resistência.

A medida que os dias passavam, o estado de espírito dela não melhorava, ela passava cada dia como um robô, dando saltos ao ouvir barulhos, acordando no meio da noite gritando o nome dele.

- meu amor, existem muitas coisas que você não sabe sobre mim, dentre elas as quais estão os talentos ocultos que possuo.

Prendeu a respiração, observando sua expressão mudar da curiosidade para o reconhecimento e depois para a compreensão. Quando ela ergueu os olhos, haviam lágrimas ..

Ela inclinou-se a frente, capturando o sorriso dele com os lábios e sentindo um puro prazer..

Este é um tempo de recomeço pra nós, e espero que seja a partir do “zero”.

O que diz?

- que o amo?

- está bom para um inicio de conversa.

Se lembrara de mim. Só de mim.

A incerteza no rosto dele quase partiu o coração dela. Ela balançou a cabeça preocupada.

Ele sorriu mais ainda quando começou a se pavonear para a frente e para trás, mostrando-lhe como a tatuagem se movia junto com o ao corpo ...

Mas não precisou esperar para saber como seria sua própria historia ..




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